Geoterapia

geoterapia

A cura pela terra.

É da terra que retiramos nosso alimento, nossa água, nossa energia vital. Nas palavras do chefe índio Seatlle, da nação Sioux, tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra”.

Como ciência do uso da terra, a geoterapia é sem dúvida uma das mais importantes técnicas terapêuticas da medicina natural. Está presente nos mais antigos tratados de cura popular e constitui uma técnica bastante difundida entre curandeiros e médicos famosos.

Hipócrates (c. 460-c. 377 a.C.), médico grego considerado o “Pai da Medicina”, freqüentemente utilizava a argila em seus tratamentos e ensinava seus discípulos como usá-la de maneira adequada. Encontramos essa prática mencionada na obra de médicos célebres como Avicena (980-1037), Avorrois (1126-98) e Galeno (c. 131-c. 201), além de cientistas e filósofo como Plínio (c.23-79 d.C.), Aristóteles (384-322 a.C.) e, mais recentemente, o Mahatma Ganghi, grande admirador dos efeitos curativos da terra. Hoje raramente encontramos uma clínica naturalista que não utilize a argila, sozinha ou associada a outros elementos.

Usos e costumes antigos

Os antigos egípcios utilizavam a argila como um dos componentes no embalsamento das múmias e para a preservação de alimentos de origem animal. Na América, alguns grupos indígenas tinham por tradição “enterrar” seus doentes, que eram colocados de corpo inteiro, na posição vertical, dentro de um buraco cavado na terra. Apenas a cabeça era deixada para o lado de fora, e o doente permanecia assim, em contato com a terra, durante muitas horas. Esse tipo de tratamento era aplicado em doentes terminais, à beira da morte.

Durante os ataques que sofreram dos Estados unidos, os vietnamitas e os coreanos empregaram o banho de argila para tratar queimaduras sérias, inclusive as provocadas por naplam. Ainda hoje no Japão a argila é utilizada para conversar, às vezes pôr vários anos, ovos e alimentos de procedência animal.

O homem e a terra

Universalmente, a terra é a matriz que concebe as fontes, os minerais, os metais. Da terra retiramos o nosso alimento, a nossa água ¾ dela depende a nossa vida. Nada mais natural, então, do que utilizá-la como remédio.

Em filmes documentários, freqüentemente observamos cenas em que animais selvagens se untam de lama ou permanecem muito tempo mergulhados no lodo úmido. Mesmo o nosso cão doméstico não dispensa seus “banhos de lama” sempre que tem oportunidade. Por instinto, os animais percebem que a argila possui de manter seus corpos mais sadios e de livrá-los de energias malsãs.

A saúde e o bem-estar só podem existir quando o homem vive em harmonia com a terra em que habita, o que equivale a dizer que ele deve estar sempre em harmonia com as leis da natureza. Não podemos esquecer que a terra possui tudo o que necessitamos: sua utilização como medicamentos é a mais natural das medicinas.

Por que a terra cura

Existem vários fatores que explicam o poder curativo da terra. Antes de mais nada, a existência de uma determinada composição química e geológica que, logicamente, varia muito de um lugar para o outro. Todas as terras e argilas, no entanto, possuem três componentes geológicos fundamentais: o quartzo, o feldspato e a mica, em quantidades diferentes segundo o terreno. Mas o que mais oscila em terrenos de quantidade são os componentes químicos; a sílica, o magnésio e o titânio são os mais comumente encontrados. A composição química e geológica da argila, porém, não basta para explicar suas qualidades curativas. Existe um outro motivo muito mais importante para que a terra constitua um agente terapêutico: a energia que ela contém.

Geoterapia: a cura que vem da terra

Fonte de água e de alimentos, a terra é ainda rica em minerais e metais, cujas propriedades terapêuticas são amplamente utilizadas na Geoterapia – técnica natural que recorre principalmente à argila, ao barro, às pedras e aos cristais para tratar perturbações físicas e emocionais, restabelecendo o equilíbrio nato do corpo e da mente. Uma cura que está literalmente aos nossos pés…

Uma história milenar

Como grande parte da medicina natural e alternativa, também a Geoterapia existe há milhares de anos, sendo amplamente utilizada tanto por antigos curandeiros como por médicos prestigiados. Há séculos que os povos mais antigos do mundo se servem da argila para combater epidemias e doenças infecciosas. Nas páginas da história escreve-se que a civilização egípcia recorria à argila por dois importantes motivos: preservação dos alimentos animais e elemento essencial no processo de embalsamento das múmias. A argila era ainda muito popular no quotidiano dos japoneses que também se serviam dela para conservar alimentos durante anos a fio, incluindo ovos! Os vietnamitas e coreanos são conhecidos pelos seus banhos de argila, recomendados para tratar queimaduras e muito utilizados para aliviar as dores dos combates (principalmente durante as duas guerras travadas contra os Estados Unidos) com resultados espantosos que deixavam poucas ou nenhumas cicatrizes.

Um poder real

Aos costumes e tradições antigas, juntaram-se os estudos teóricos e práticos da ciência e eis algumas das suas descobertas mais surpreendentes: as características terapêuticas da argila, barro, pedras e cristais são determinadas pela sua composição química e geológica, cada uma muito específica, uma vez que o solo é invariavelmente influenciado por vários factores. Um dos estudos mais relevantes na área foi efectuado por duas universidades canadianas e provou que algumas das substâncias químicas encontradas na terra eram directamente responsáveis pela cura e restauração do tecido celular humano – a argila revelou-se um anti-inflamatório, anti-séptico e cicatrizante 100% natural.

3 tipos de energia

Os estudos levados a cabo pelos investigadores canadianos foram ainda mais longe ao revelarem que a argila continha ainda uma actividade atómica e magnética muito significativa. Os cientistas russos aprofundaram essas descobertas, explicando que a argila, ao beneficiar de uma exposição solar constante e directa, recebe daí as suas energias curativas e regeneradoras. Para além da energia solar, existem mais dois tipos de energia presente na terra: a energia magnética (aquela determinada pelo campo magnético vibratório do planeta e que confere à terra uma força espantosa, presente até na argila seca e no barro); e a energia estrutural (muito própria da terra, é influenciada pela região, tipo de solo, formação geológica, idade das camadas, idade do solo, clima, resíduos vulcânicos, existência de poluentes ou não).

Os minerais em ação

Na Geoterapia, é a composição química da terra que encerra todos estes poderes curativos e os minerais actuam de forma vitalizadora, restabelecendo o funcionamento pleno do organismo e devolvendo-lhe o bem-estar natural. A par com o alumínio, ferro, cálcio, sódio, potássio e titânio, alguns dos minerais mais comuns incluem:

  • Magnésio: tem mais de 300 funções no corpo humano, actuando eficazmente contra doenças circulatórias, cardíacas, de rins, do aparelho digestivo, diabetes, osteoporose, disfunções sexuais, próstata, obstipação, artrite, asma, Alzheimer, cancro, alcoolismo e depressão.
  • Sílica: recomendado para tratamento de perturbações relacionadas com os sistemas respiratório, nervoso, vascular e ossos; também tem um papel importante no que toca ao fortalecimento de dentes e unhas, sendo ainda responsável pela suavidade do cabelo.
  • Zinco: utilizado em pessoas que demonstram um desenvolvimento de ossos ou sexual atrasado, mas também em casos de falta de energia, proteína e subnutrição.
  • Cobre: é habitualmente utilizado para combater problemas de ossos (incluindo a osteoporose) e vasculares, assim como a hipopigmentação da pele e cabelo.
  • Manganês: aplicado em casos de desenvolvimento corporal deficitário, anomalias de ossos e problemas relacionados com o sistema reprodutivo.
  • Crómio: estimula o metabolismo.

Aplicações várias

Na prática, a Geoterapia é aplicada de diversas formas, sendo os seguintes métodos os mais utilizados. Em todos os casos, a mistura composta para um tratamento é utilizada apenas uma vez e depois deitada fora. Para além disso, e tendo em conta que a Geoterapia elimina toxinas e líquidos intracelulares, que são substituídos por minerais essenciais, deve ingerir muita água após um tratamento, para garantir a hidratação do corpo.

  • A argila é aplicada directamente sobre a pele no seu estado mais puro, sendo coberta por um pano e mantida assim até secar por completo. Este método é muito utilizado no tratamento de dores musculares, entorses, reumatismo e artrite. Se for aplicada na zona do peito, fígado, rins, estômago ou útero, deve ser feito duas horas antes ou depois de uma refeição.
  • A Geoterapia é ainda administrada em forma de compressa e, embora tenha os mesmos objectivos e fins da aplicação directa (mencionada acima), a sua composição é diferente porque é diluída em água, sendo assim menos consistente.
  • O banho de lama é igualmente utilizado e, sendo preparado numa banheira específica, requer uma imersão que dure entre 20 e 30 minutos. Em alternativa o preparado pode ser espalhado por todo o corpo, onde permanece até endurecer. Estes banhos são especialmente indicados para eliminar toxinas nocivas do corpo, para aliviar situações de stress, tensão e perturbações relacionadas com o sistema nervoso.

 

A Geoterapia e outras terapêuticas

Com a evolução do conhecimento e das experiências efetuadas em torno desta especialidade da medicina natural, a Geoterapia passou a ser cada vez mais utilizada em conjunto com outras práticas terapêuticas – harmonização e equilíbrio dos chakras, cristalopuntura, auriculoterapia, reflexologia (podal, quiro e auricular) e visualizações criativas – assim como em tratamentos estéticos.

A  Geoterapia é sem dúvida uma das mais importantes técnicas terapêuticas naturais. A argila pode ser usada no combate a várias doenças, graças ao seu poder refrescante, anti-inflamatório, analgésico, anti-séptico, anti-reumático, anti-infeccioso, anti-traumático, anti-tumoral, desobstruente, antitóxico, emoliente, estimulante, regulador orgânico, tonificador,  vitalizante, descongestionante, urificador, cicatrizante, absorvente e calmante.  Além de sua composição química e geológica, é a energia que a argila contém que explica suas qualidades curativas. Em contato com o corpo do doente, a terra produz, dentre outras, as seguintes alterações que promovem a cura:

  • Troca de energia com a área afetada: absorve a energia perniciosa acumulada na área doente e transmite sua energia de elevada qualidade vital.
  • Equilíbrio térmico: o equilíbrio das temperaturas do corpo é obtido graças ao efeito dissipador de calor produzido pela compressa fria de argila.
  • Ação vitalizante: a argila fornece sua carga energética ao organismo, tornando-o mais saudável e dinâmico.
  • Ação anti-radiativa: a argila tem capacidade de absorver energias estranhas ao organismo, como é o caso da radiação proveniente de explosões nucleares. Essas propriedades da argila permitem que ela seja empregada numa infinidade de doenças e alterações orgânicas, como: reumatismo, artrite, artrose, celulite, varizes, dores musculares, contusões, febres de qualquer tipo, tumores, leucemia, infecções e inflamações diversas, dores de cabeça, má digestão, diarréias, prisão de ventre, obesidade, inchaços, hemorróidas, cistos, distúrbios menstruais, tensão nervosa, stress, asma, pneumonia, tuberculose, gripes e resfriados, etc.

argilaterapia

A argiloterapia, ou cura pela argila, é utilizada desde a antiguidade, para o alívio das dores físicas e para o tratamento de doenças. No Egito antigo, usavam-se as lamas do rio Nilo para mumificação, conservação de manuscritos, para estética e, principalmente, para cura.

A própria recuperação da história da argila só foi possível pelo uso da argila, pois os papéis e manuscritos históricos foram mergulhados em água argilosa. Um antigo naturalista romano, Plínio, registrou sua admiração pela argila no seu livro “História Natural”.

Aristóteles referiu-se a ela, como um recurso que conserva e trata a saúde. Galileno e Discóride, célebres anatomistas gregos, assim como os árabes Avicena, recorreram ao barro diversas vezes, para tratamentos de saúde, relatando sua eficácia.

O Padre Kneipp indicava cataplasmas ou emplastros de vinagre natural e argila, para envolver completamente pessoas e animais gravemente enfermos, obtendo ótimas recuperações. Seu discípulo, Adolf Just, considerado o pai da geoterapia (uso da terra como medicamento no tratamento de enfermidades), divulgou resultados de anos de experiências, dedicadas ao estudo da terra como fonte de cura. Ele observou que a recuperação da saúde de seus pacientes se intensificava quando dormiam sobre a terra ou na grama. Isso possibilita o relaxamento, repouso e reposição de energia vital.

Em várias tribos, as mulheres grávidas deitam-se no barro para aliviar náuseas e se fortalecerem para o momento do parto. Os índios também o utilizam para tratar feridas e para acelerar o processo de cicatrização. Entre eles é freqüente o uso da argila em queimaduras graves. No início do século XX, o professor Julius Stumpt empregou com sucesso a argila, durante a epidemia de cólera asiática, na recuperação dos enfermos.

Mahatma Gandhi, o Unificador da Índia, sempre aconselhava a cura pelo barro. Durante a Segunda Guerra Mundial, quando a disenteria ocorreu na França, o uso da mostarda com o barro foi bem sucedido no tratamento desse mal.

Em Davos, na Suíça, num importante centro de tisiologia, no qual se trata tuberculose pulmonar, os pacientes eram envolvidos numa camada espessa de argila bem quente, obtendo-se recuperações espantosas. Nas Filipinas, os nativos usam a lama para todo tipo de infecção intestinal. Na África, é conhecido seu uso contra as diarréias. Nos livros sobre os essênios, contam que: Jesus, ao ser retirado da cruz, foi levado para uma gruta, onde havia água, panos de linho, bálsamos oleosos de plantas medicinais, resinas aromáticas e potes cheios de argila preparados para acolher o mestre.

Graças a Gandhi e alguns naturopatas do início do século XX, como Strumpt, Luís Kuhme, Adolf Just e Kneipp, relatos importantes foram deixados sobre os tratamentos com argila. Essas contribuições foram da maior importância para que países da Europa a adotassem na medicina oficial para a cura de doenças, em especial a tuberculose. Atualmente, existe na Alemanha, Suíça, Escandinávia e, também, no Brasil, institutos que se especializaram em argiloterapia.

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