A psicoterapia é um processo dialético entre duas pessoas. Originalmente a dialética era a arte da conversação entre os antigos filósofos, mas logo adquiriu o significado de método para produzir novas sinteses. A pessoa é um sistema psíquico que, agindo sobre outra pessoa, entra em interação com outros sistemas psíquicos. Esta é talvez a maneira de formular a relação psicoterapêutica médico-paciente. E o método dialético só será possível se eu deixar ao outro a oportunidade de apresentar seu material, o mais completamente possível, sem limitá-lo pelos meus pressupostos. Ao colocar-nos dessa forma, o sistema dele se relaciona com o meu, pelo que se produz um efeito dentro do meu próprio sistema. E esse efeito é a única coisa legítima que posso oferecer ao meu paciente. Em outras palavras, o terapeuta deixa de ser o observador para vivenciar junto um processo evolutivo individual.
È necessário que ambos existam autenticamente, um em frente ao outro, ambos envolvidos como seres humanos que se afetam reciprocamente {….} no processo terapêutico, não encontramos apenas complexos repetitivos, as resistências, as transferências e as contratransferências. Nele também a oportunidade para momentos de relação autêntica, o fenômeno básico da relação humana, que possibilita ao cliente a retomada do curso de sua existência, lá no inicio do caminho, do qual um dia ele se desviou.