O Transtorno da personalidade borderline (PTB) é caracterizado por instabilidade em aspectos do funcionamento da pessoa, incluindo relacionamento, auto-imagem, afeto e comportamento. È um transtorno relativamente comum (1,1 a 2,5% da população adulta em geral), com enormes custos sociais, comparável à esquizofrenia, com alto índice de suicídio; e considerável prejuízo a vida pessoa. Muitos indivíduos com TPB são inteligentes e talentosos. mais seu transtorno os impede de se desenvolverem, outros têm dificuldade para concluir sua educação, não trabalham ou têm empregos aquém de sua capacidade. Crises relacionais são comuns, eles frequentemente infligem ferimentos a si mesmo e apresentam abuso de substância, normalmente na forma de automedicação. O diagnóstico “borderline” foi introduzido na década de 30 para definir paciente com problemas que pareciam se situar entre a neurose e a psicose. Os teóricos das relações objetais refinaram esse uso e introduziram “bordeline” como organização da personalidade relacionada a uma fixação hipotetizada na fase de desenvolvimento infantil de separação-individuação. Uma organização bordeline é descrita como personalidade imatura, caracterizada por difusão de identidade e uso de defesas primitivas como cisão e identificação projetiva, mas por uma testagem da realidade bastante intacta. A ideia é que as representações das relações objetais ( incluindo a representação de si mesmo) não estão integradas, mas cindidas e separadas uma das outras. Elas estão organizadas de acordo com a sua valência positiva (boa) versus negativa (má), para evitar que os impulsos agressivos associados ás más representações destruam as representações positivas. Pesquisas desenvolvidas por ( Herman, Perry e Van der Kolk, 1989; 1987) afirmam que abuso sexual grave da criança, especialmente por cuidadores, explica grande parte dos sintomas e comportamento do TPB, incluindo visão malevolente dos outros e padrões de apego desorganizado. Estudos recentes encontraram associação entre TPB e o abuso físico e emocional da criança.
Quase todos os índividuos com TPB parecem ter sofrido maus tratos dos pais, castigos fisicos, abusos emocional, ameaça, graves problemas psiquiátricos dos pais ou abuso sexual. Se os pais não foram os perpetradores, eles não protegeram a criança e nem a ajudaram a processar emocionalmente o abuso. Pelo o contrário, os pacientes frequentemente relatam ter sido castigados ou acusados pelos os pais, quando criança. Nesta visão atual do transtorno com várias pesquisas sobre o TPB fica claro é que não foi o trauma em si que causou o TPB, mais a maneira pela qual a criança processou e atribui-lhe significado, de acordo com o seu temperamento, idade e a fatores situacionais. (Arntz, 1994; Zanarini, 2000).